Doping no ufc

09/02/2013 21:37

 

Nesta quarta, O UFC acabou com o mistério sobre o lutador que foi pego no exame antidoping realizado no UFC São Paulo de 19 de janeiro. Thiago Tavares testou positivo para Drostanolona, um esteróide anabolizante proibido, e está suspenso por nove meses. Segue abaixo trecho da nota do UFC.

 

“A Zuffa, LLC, empresa que detém os direitos do Ultimate Fighting Championship®, envia nesta quarta-feira, dia 06, informações relacionadas aos exames antidoping aplicados no UFC São Paulo, realizado no Ginásio do Ibirapuera no dia 19 de janeiro.

 

Todos os 22 lutadores presentes no card do UFC São Paulo foram testados no evento e 21 deles passaram nos testes. Já o resultado do lutador brasileiro Thiago Tavares detectou a presença de Drostanolona, um esteroide anabólico considerado substância banida. Tavares já foi notificado da punição de nove meses, contabilizados desde a data da realização do evento. Após o término do período, Thiago terá que realizar um novo teste para checar se está apto para voltar a competir”.

 

Ainda na nota, o UFC confirmou que Vitor Belfort está em terapia de reposição de testosterona, conhecida como TRT. O lutador esquivou-se recentemente de uma questão sobre o assunto, mas o Ultimate afirmou que o tratamento foi liberado pela Comissão de Nevada, mesmo caso do TRT de Chael Sonnen, por exemplo.

 

“A Zuffa esclarece que os testes do lutador Vitor Belfort deram negativo e não indicaram a presença de nenhuma substância proibida para aumento da melhora de performance. Belfort está em terapia de reposição de testosterona (TRT) sob supervisão de um médico do Estado de Nevada (EUA) por ter sido diagnosticado com hipogonadismo. O objetivo da TRT é permitir que o paciente consiga atingir níveis de testosterona normais para um homem adulto.

 

“O UFC tem o compromisso com a transparência e tolerância zero com o doping”, disse Dana White, presidente do UFC."”

 

Especialistas fala com o naçãomma e revelam:

 

 

A queda hormonal também é um problema masculino, conhecido como andropausa, e que pode causar desde ganho de peso até disfunção erétil e depressão após os 40 anos. Repor o hormônio masculino é a solução para alguns casos

POR ADRIANO CATOZZI

 

Quando procurar tratamento

Não existe uma idade certa para o homem buscar ajuda médica. De acordo com o consenso da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) sobre o Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM), o diagnóstico correto parte da presença de alguns sinais para que sejam indicados exames laboratoriais - e isso pode ser considerado já a partir dos 30 anos. "O diagnóstico deve estar alicerçado na constatação de níveis laboratoriais de testosterona inferiores à normalidade, além de sintomas característicos do problema", explica o urologista Geraldo Garcia. Eventualmente, podem ser solicitados exames de outros hormônios.

Segundo a endocrinologista Ruth Clapauch, como existe uma oscilação natural nos níveis de testosterona durante o ano, somente fazer uma única dosagem não é suficiente. O diagnóstico deve ser confirmado com uma segunda amostra. Ela explica que, durante o envelhecimento, os níveis de testosterona total podem estar ainda na faixa normal (até 400 pg/ml)*, porém a testosterona ativa, em baixa. Isto ocorre porque, com a idade, há uma elevação da proteína ligadora dos esteróides sexuais (SHBG) que imobiliza o hormônio masculino e não permite sua ação nos tecidos.

Nos homens com mais de 40 anos, o ideal é obter uma primeira dosagem da testosterona total; se estiver menor que 4000 pg/ml, na amostra confirmatória deve-se dosar também a SHBG para obter-se, então, os níveis da testosterona livre calculada.

A hora de repor os hormônios

Se os níveis de testosterona estão comprovadamente abaixo do esperado, é indicada a terapia de reposição hormonal. Esse tratamento é feito principalmente por meio de injeções intramusculares de enantato, cipionato e proprionato de testosterona aplicadas a cada duas ou três semanas. Embora eficiente, estes compostos atingem pouca estabilidade nos níveis plasmáticos, ou seja, alcançam "picos" logo que são administrados e caem a níveis abaixo do desejado ao final do intervalo. Há ainda comprimidos de derivados de testosterona, mas que podem apresentar toxicidade hepática. Um novo tratamento, à base de undecanoato de testosterona, acaba de chegar ao Brasil sem apresentar esses inconvenientes, sendo aplicado somente a cada três meses. "O medicamento propicia uma liberação gradual do hormônio, mantendo níveis estáveis de testosterona no sangue", explica a médica Ruth Clapauch.

Apesar da reversão dos sintomas provocados pela deficiência hormonal, a reposição de testosterona apresenta riscos: crescimento da próstata (por isso a contra-indicação para pacientes portadores ou com suspeita de câncer de próstata), disfunção do fígado, alterações hematológicas e do sistema cardiovascular e até apnéia do sono - normalmente reversíveis com a interrupção do tratamento. "Tudo depende da dose e de uma boa avaliação médica antes do tratamento", ressalta a médica endocrinologista Ruth Clapauch. "Estes parâmetros devem ser reavaliados a cada três meses no primeiro ano de reposição da testosterona e, depois, uma vez ao ano", acrescenta o urologista Geraldo Garcia.